Foto: Ivan Samkov | Pexels
Pesquisa divulgada em abril deste ano aponta que 23 milhões de brasileiros fizeram alguma aposta nas plataformas conhecidas como bets em 2024, o que representa 15% da população com mais de 16 anos. Entre os apostadores, quase metade (47%) está endividada e 4 milhões (16%) consideram a prática uma forma de investimento. Os dados são da 8ª edição do Raio-X do Investidor Brasileiro, realizada pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), em parceria com o Datafolha.
A popularização das plataformas de apostas esportivas — as chamadas bets — não está restrita apenas ao tempo livre ou ao entretenimento pessoal. Com a expansão do acesso e o apelo constante de influenciadores digitais e propagandas em horários nobres, os jogos têm ultrapassado as telas dos celulares e atingido diretamente os ambientes de trabalho.
De acordo com um levantamento realizado pela consultoria, corretora e administradora de benefícios It’sSeg, três em cada dez empresas (30%) estão preocupadas com as apostas esportivas dos funcionários. A pesquisa ouviu 205 companhias com mais de cinco mil funcionários em Goiás, São Paulo e no Rio Grande do Sul, totalizando 70% do setor industrial e 30%, da área de serviços.
Segundo a especialista em Recursos Humanos e liderança de projetos da Acelere, Lorranny Sousa, é fundamental que as empresas estejam atentas a esses novos comportamentos. “O uso constante das bets durante o expediente tem gerado desde dispersão até casos mais graves de vício e endividamento. Isso afeta não só a performance do colaborador, mas também o clima organizacional como um todo”, afirma.
Ela explica que, diferentemente de outras formas de entretenimento, os jogos de aposta operam com mecanismos psicológicos que envolvem imediatismo e risco. “É diferente de uma pausa para um café ou uma conversa entre colegas. As bets estimulam um ciclo de aposta-recompensa que pode gerar ansiedade, dificuldade de concentração e até conflitos internos entre equipes”, complementa.
Além disso, o acesso irrestrito aos aplicativos durante o horário de trabalho levanta discussões sobre limites e políticas internas. “Muitas empresas ainda não têm protocolos claros sobre o uso de dispositivos pessoais ou o que caracteriza comportamento inadequado nesse contexto. O RH precisa assumir um papel preventivo e educativo, orientando lideranças e times sobre os riscos associados”, alerta a especialista.
A reflexão traz à tona uma nova dimensão da cultura digital dentro das organizações: até que ponto o lazer e o trabalho estão, de fato, separados? Para Lorranny, a resposta está no equilíbrio. “Não se trata de proibir ou punir, mas de promover ambientes mais saudáveis, com diálogo aberto e foco em bem-estar. A empresa não pode ignorar que o colaborador vive também suas questões pessoais durante o expediente — e que elas, direta ou indiretamente, impactam nos resultados”.
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