Foto: Gilberto Costa/Agência Brasil
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou de um ato com apoiadores na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, na manhã deste domingo (16), para pedir anistia aos envolvidos na invasão e depredação dos prédios do Congresso Nacional, do Palácio do Planalto e do Supremo Tribunal Federal (STF) em 8 de janeiro de 2023. Ele próprio enfrenta processos no STF e pode ser condenado por tentativa de golpe de Estado.
Durante seu discurso, Bolsonaro afirmou que não pretende deixar o Brasil caso seja alvo de uma ordem de prisão. "O que eles querem é uma condenação. Se é 17 anos para as pessoas humildes, é para justificar 28 anos para mim. Não vou sair do Brasil", declarou. Atualmente inelegível, o ex-presidente disse não ter "obsessão pelo poder", mas sim "paixão pelo Brasil".
Sobre as eleições presidenciais de 2026, Bolsonaro reconheceu a possibilidade de não concorrer, mencionando que há outros nomes que podem substituí-lo na disputa. "Estamos deixando muitas pessoas capazes de me substituir", afirmou.
Ele também negou envolvimento na tentativa de golpe, alegando que estava nos Estados Unidos no momento dos ataques em Brasília. Bolsonaro é investigado pelos crimes de organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, dano qualificado com emprego de violência e destruição de patrimônio tombado da União.
O evento reuniu cerca de 18 mil pessoas, segundo cálculos do Monitor do Debate Político do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap) e da ONG More in Common. A estimativa foi feita com auxílio de inteligência artificial, a partir de imagens aéreas capturadas ao meio-dia.
Entre os presentes estavam os governadores Cláudio Castro (RJ), Jorginho Mello (SC), Mauro Mendes (MT) e Tarcísio de Freitas (SP). Tarcísio defendeu a aprovação da anistia no Congresso Nacional. "Pode ter certeza que nós vamos conseguir os votos", afirmou, argumentando que o país precisa avançar para discutir temas como envelhecimento da população e financiamento do SUS.
Organizado pelo pastor Silas Malafaia, o ato teve como objetivo pressionar o Congresso Nacional para aprovar um projeto de lei que concede anistia aos condenados pelos atos de 8 de janeiro. Bolsonaro afirmou que os manifestantes que depredaram os prédios dos Três Poderes são inocentes.
"Eu jamais esperava um dia estar lutando por anistia de pessoas de bem, de pessoas que não cometeram nenhum ato de maldade, que não tinham a intenção e nem poder para fazer aquilo que estão sendo acusadas", disse o ex-presidente.
Os manifestantes exibiam camisas e adesivos com frases como "A direita está viva", "Com saudades do meu ex" e "Anistia para os patriotas". Havia também críticas ao governo atual e elogios ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Por volta do meio-dia, após o discurso de Bolsonaro, a mobilização começou a se dispersar.
Com informações de Agência Brasil.
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