O Brasil foi reconhecido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o maior país do mundo a eliminar a transmissão do HIV de mãe para filho, conhecida como transmissão vertical, como um problema de saúde pública. A informação foi antecipada pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, durante participação no programa Bom Dia, Ministro, exibido pelo CanalGov.

De acordo com o ministro, representantes do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (Unaids) e da OMS devem visitar o Brasil nesta semana para realizar a entrega oficial da certificação ao governo federal.

Segundo Padilha, o reconhecimento é resultado direto das políticas públicas de saúde desenvolvidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que garantem acesso a testes rápidos nas unidades básicas, exames durante o pré-natal e fornecimento gratuito de medicamentos antirretrovirais às gestantes diagnosticadas com HIV.

O ministro também relembrou que, décadas atrás, o país contava com iniciativas filantrópicas voltadas ao acolhimento de bebês que nasciam com HIV e perdiam os pais em decorrência da Aids. Conforme destacou, essa realidade deixou de existir no Brasil justamente pela eliminação da transmissão do vírus da gestante para o bebê.

Ainda segundo Padilha, o governo brasileiro apresentou um dossiê técnico à OMS no mês de julho, reunindo dados consolidados do SUS que comprovaram o alcance dos critérios exigidos para a certificação.

Apostas eletrônicas e saúde mental

Durante o mesmo programa, o ministro da Saúde abordou outras iniciativas da pasta, como a criação do Observatório Saúde de Apostas Eletrônicas, voltado ao enfrentamento dos impactos das apostas online na saúde mental da população.

Entre as ações anunciadas está a disponibilização de uma ferramenta no aplicativo Meu SUS Digital, que permite ao cidadão bloquear simultaneamente todas as contas em sites de apostas. Padilha informou ainda que será implantado um serviço de teleatendimento psicossocial, ampliando o acesso a apoio especializado.

De acordo com o ministro, estudos do Ministério da Saúde indicam que muitos usuários se sentem mais confortáveis ao tratar do tema em atendimentos online com psicólogos e psiquiatras, o que explica a baixa procura pelos Centros de Atenção Psicossocial (Caps) para esse tipo de demanda. A expectativa é alcançar cerca de cinco mil atendimentos ainda este ano.