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Câmara aprova PEC da Blindagem que dificulta processos criminais contra parlamentares

POR Marcos Paulo | 17/09/2025
Câmara aprova PEC da Blindagem que dificulta processos criminais contra parlamentares

Lula Marques/Agência Brasil

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A Câmara dos Deputados aprovou, nesta terça-feira (16), em dois turnos de votação, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC 3/2021), conhecida como PEC da Blindagem ou PEC das Prerrogativas, que restringe o andamento de processos criminais contra deputados e senadores e amplia o foro privilegiado.

 

No primeiro turno, o texto recebeu 353 votos favoráveis, 134 contrários e uma abstenção. No segundo turno, foram 344 votos a favor e 133 contra. Um requerimento dispensou o intervalo de cinco sessões entre as votações, permitindo a tramitação acelerada da proposta.

 

A PEC estabelece que a abertura de ação penal contra parlamentares só poderá ocorrer mediante autorização prévia da maioria absoluta da respectiva Casa Legislativa, em votação secreta. Além disso, amplia o foro por prerrogativa de função a presidentes de partidos com representação no Congresso, que passariam a ser processados exclusivamente no Supremo Tribunal Federal (STF).

 

O que muda

 

  • Prisão de parlamentares: só será possível em flagrante de crime inafiançável. Mesmo assim, Câmara ou Senado poderão suspender a prisão por maioria simples, em votação secreta, no prazo de 24 horas.
  • Ação penal: qualquer processo criminal dependerá de autorização da maioria absoluta da Casa, em votação secreta, no prazo de até 90 dias.
  • Foro privilegiado: estendido também a presidentes de partidos políticos com assentos no Parlamento.

 

Debate acalorado

 

O relator da proposta, deputado Claudio Cajado (PP-BA), defendeu o texto como uma forma de proteger o mandato contra perseguições políticas:

 

“Não é uma licença para abusos, mas um escudo protetivo para o exercício do mandato e o respeito ao Congresso Nacional.”

 

Já críticos classificaram a PEC como um retrocesso e uma ameaça ao equilíbrio entre os Poderes.

 

“É uma desmoralização do Parlamento brasileiro. Estamos restaurando o voto secreto e dando ao Legislativo poder de anular o Judiciário”, afirmou o deputado Ivan Valente (PSOL-SP).

 

Próximos passos

 

O texto segue agora para análise do Senado Federal, onde precisa ser aprovado em dois turnos por ao menos 49 dos 81 senadores. O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), Otto Alencar (PSD-BA), já antecipou posição contrária:

 

“A repulsa à PEC da Blindagem está estampada nos olhos do povo, mas a Câmara insiste em não enxergar.”

 

Se aprovada, a medida poderá mudar de forma significativa a forma como deputados e senadores respondem a processos criminais no Brasil.

 

Com informações de Agência Brasil.

 

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