Ao menos nove casos de intoxicação por metanol foram registrados em São Paulo no último mês, todos ligados ao consumo de bebidas alcoólicas adulteradas. As ocorrências foram consideradas fora do padrão pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas e Gestão de Ativos (Senad), do Ministério da Justiça e da Segurança Pública.

Segundo o Centro de Informação e Assistência Toxicológica de Campinas (Ciatox-SP), os episódios recentes ocorreram em bares e envolveram bebidas como gin, uísque, vodca e outros destilados, diferentemente dos casos anteriores, que estavam ligados principalmente à ingestão deliberada por usuários em situação de vulnerabilidade social.

O Ministério da Justiça emitiu uma recomendação para estabelecimentos comerciais reforçarem a compra segura de produtos, conferirem lacres, observarem erros de impressão e suspeitarem de odores semelhantes a solvente. Consumidores que apresentarem sintomas, como visão turva, dor de cabeça intensa, náusea ou perda de consciência, devem buscar atendimento médico imediato e acionar o Disque-Intoxicação (0800 722 6001), da Anvisa.

O metanol é um produto químico industrial presente em fluidos anticongelantes e limpadores de para-brisa. Ele não deve ser ingerido, pois é altamente tóxico. Pequenas doses podem causar danos graves ao organismo, incluindo cegueira, coma e morte. Seus efeitos aparecem horas após a ingestão, quando o corpo metaboliza a substância, gerando formaldeído, formiato e ácido fórmico, que atacam nervos e órgãos.

O tratamento do envenenamento é uma emergência médica e pode incluir diálise e administração de álcool (etanol), que compete com a metabolização do metanol e reduz o risco de danos. A rapidez no atendimento é essencial para a sobrevivência.