A publicação de um edital da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) provocou reação do governador Jorginho Mello (PL) nesta semana. O documento, lançado em dezembro de 2024, previa vagas destinadas a candidatos vindos das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, além de outros grupos já contemplados em políticas de cotas. As informações são do portal NDMais.

O edital nº 50 tratava do processo seletivo para os cursos de mestrado e doutorado em Música do Ceart (Centro de Artes, Design e Moda), com ingresso previsto para o segundo semestre de 2025. Entre as ações afirmativas estavam reservas para pessoas negras, indígenas, quilombolas, trans, com deficiência e também para candidatos oriundos de universidades de fora da região Sul.

A inclusão deste último grupo motivou críticas do governador, que afirmou ter ficado “surpreso” com a medida. “É só o que falta, dinheiro do catarinense ter cota para quem é de fora. Já não basta a gente mandar o nosso dinheiro para Brasília e voltar uma migalha. Já vou avisando que não concordo. Nós não vamos aceitar esse absurdo com dinheiro do catarinense”, declarou.

Jorginho também enviou um ofício ao reitor da universidade exigindo esclarecimentos. “Por mais que a Udesc tenha autonomia universitária, ela é mantida com o dinheiro do estado, ou seja, do catarinense”, reforçou.

A polêmica ocorre em meio ao crescimento da migração de nordestinos para Santa Catarina. Entre 2010 e 2024, o número de baianos no estado aumentou 276%, passando de 15 mil para 58 mil, segundo dados oficiais. A busca por melhores salários e oportunidades de trabalho impulsiona esse fluxo migratório, que fez da Bahia o estado com maior perda populacional por migração no Brasil. Atualmente, mais de 3 milhões de baianos vivem fora de sua terra natal.

 Com informações de Correio 24 Horas