O ex-seminarista Brendo Silva, de 33 anos, tem causado repercussão ao expor vivências e bastidores da Igreja Católica em seu recém-lançado livro A Vida Secreta dos Padres Gays, publicado pela Matrix Editora. Na obra e em entrevistas recentes, Brendo denuncia o que chama de “vida dupla” de muitos padres, revelando casos de relações sexuais, envolvimento com coroinhas e até frequências a boates LGBTQIA+.

Em conversa com o humorista Maurício Meirelles no podcast Achismos, Brendo compartilhou como teria sido sua primeira experiência íntima com um padre, ainda aos 19 anos, quando limpava o quarto de um religioso no seminário. Segundo ele, após um gesto de aproximação, os dois se envolveram e, com o tempo, o padre presenteava Brendo com imagens religiosas a cada encontro.

Brendo afirma que decidiu deixar a vida religiosa em 2014 e, desde então, passou a refletir sobre os comportamentos que presenciou durante os anos de seminário. Ele critica a hipocrisia da Igreja, dizendo que muitos padres que condenam publicamente a homossexualidade mantêm relações com seminaristas e outros homens. “Os melhores padres que conheci, que davam aulas brilhantes e pregavam com paixão, eram gays. Mas muitos fingem ser algo que não são”, declarou.

O ex-seminarista também comentou sobre a relação entre padres e coroinhas, dizendo que, em alguns casos, o envolvimento com os religiosos era visto como sinal de prestígio. “Eles disputam a atenção dos padres, que são carentes e buscam afeto. Muitos querem os privilégios, como viagens”, disse.

Brendo também revelou ter frequentado boates voltadas ao público LGBTQIA+ acompanhado por padres. Em um dos relatos, contou que foi levado a uma casa noturna no centro de São Paulo e, após ser deixado sozinho, acabou conhecendo um rapaz que pediu autorização ao padre para levá-lo embora.

O livro de Brendo levanta questões delicadas sobre sexualidade, poder e hipocrisia dentro da Igreja Católica. A publicação promete provocar debates sobre a vivência religiosa e os limites entre fé, identidade e verdade.