O preço da gasolina vendida pela Petrobras atingiu nesta semana o maior prêmio sobre a cotação internacional desde que a estatal adotou sua nova política de preços, em maio de 2023.

Segundo dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo) e da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), a Petrobras tem mantido a gasolina acima da paridade de importação desde meados de junho. Nesta sexta-feira (4), o combustível nas refinarias era vendido por R$ 0,28 por litro a mais que a cotação internacional — com média nacional de R$ 0,29.

Na semana passada, a ANP registrou diferença de R$ 0,20 por litro no porto de Santos, o maior do país. A estatal atribui o cenário à “alta volatilidade” dos preços e afirma que sua política busca estabilidade, levando em conta custos de produção e logística.

Implementada para “abrasileirar” os preços dos combustíveis, conforme promessa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a nova política rompeu com o alinhamento direto ao mercado internacional. Nos primeiros meses, a Petrobras reduziu o preço da gasolina em 17,5% e do diesel em 27,2%, impulsionada pela queda global do petróleo.

A última redução da gasolina foi de 5,6%, em junho. Desde então, o prêmio cresceu, refletindo a queda nas cotações internacionais após o fim do verão no Hemisfério Norte.

Enquanto o preço da gasolina nas refinarias está acima da paridade, o diesel segue abaixo — R$ 0,16 por litro mais barato que o preço internacional. O valor não é reajustado desde maio.

Nas bombas, os combustíveis têm apresentado variações leves desde agosto, quando foi ampliada a mistura de biocombustíveis. O litro da gasolina subiu R$ 0,01 e o do diesel, R$ 0,02.

Em nota à Folha, a Petrobras informou que, por questões de concorrência, “não antecipa decisões sobre manutenção ou reajuste de preços”.