Após sofrer uma derrota no Congresso Nacional com a derrubada do decreto que alterava as alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ministros e aliados intensificaram o discurso de justiça social para rebater críticas e defender a medida.
A aprovação do projeto de decreto legislativo (PDL), que anulou os efeitos da medida, foi considerada um revés histórico para o governo. Agora, o Planalto estuda acionar o Supremo Tribunal Federal (STF) e busca reforçar a narrativa de que a proposta visava tributar os mais ricos e aliviar a carga sobre os mais pobres.
Durante o lançamento do Plano Safra da Agricultura Familiar nesta segunda-feira (30/6), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu a proposta e respondeu críticas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que havia acusado o governo de dificultar o acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC). “Nós vamos continuar fazendo justiça social. É para isso que estamos aqui: para fazer justiça no campo, na cidade, na fábrica”, declarou Haddad.
O presidente Lula também saiu em defesa do decreto, afirmando que as ações do governo têm foco em tornar o país mais justo, a partir da tributação. Ele citou medidas como isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, tarifa zero de energia para quem consome até 80 kW e redução para até 120 kW, além da promessa de gás mais barato.
No Congresso, a queda de braço expôs o desgaste entre Lula e nomes como Hugo Motta (Republicanos-PB) e Davi Alcolumbre (União-AP). Deputados afirmam que havia maior previsibilidade nas gestões anteriores de Arthur Lira e Rodrigo Pacheco. Além disso, o clima pré-eleitoral teria influenciado a decisão de derrubar o decreto, que previa arrecadação de mais de R$ 10 bilhões em 2025 com a cobrança de 0,0082% ao dia em operações de crédito para pessoas jurídicas, mantendo isenção para microempresas.
Hugo Motta, presidente da Câmara, se defendeu em vídeo nas redes sociais e negou ter traído o governo. “Capitão que vê o barco indo em direção ao iceberg e não avisa não é leal, é cúmplice”, afirmou. Segundo ele, o governo foi alertado sobre a resistência à proposta.
A base do governo no Congresso reagiu nas redes sociais, acusando a oposição de beneficiar os mais ricos. O PT reforçou em vídeo que a chamada “Taxação BBB” – de Bilionários, Bancos e Bets (casas de apostas online) – é necessária para promover justiça tributária.
O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (PT-RJ), classificou a votação como uma tentativa de enfraquecer o governo e antecipar o debate eleitoral de 2026. A avaliação dentro do governo é de que parte do Legislativo busca fortalecer uma candidatura de direita ao Planalto, com nomes como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), ganhando força.
Apesar das tensões, Hugo Motta sinalizou disposição ao pautar para esta terça-feira (1º/7) a urgência de um projeto que revisa incentivos fiscais concedidos a empresas, excluindo os da Zona Franca de Manaus. Se aprovada, a proposta poderá ser votada diretamente em plenário, sem passar pelas comissões.
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