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Operação da PF avança e prende filho do "Careca do INSS" em esquema bilionário

POR Marcos Paulo | 18/12/2025
Operação da PF avança e prende filho do
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A Polícia Federal prendeu, nesta quinta-feira (18/12), Romeu Carvalho Antunes, filho de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, durante uma nova fase da Operação Sem Desconto. A ação investiga um esquema nacional de descontos ilegais aplicados em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). As irregularidades vieram à tona após denúncias divulgadas pelo portal Metrópoles.

 

Além da prisão, a operação teve como alvo Aldroaldo Portal, secretário-executivo do Ministério da Previdência, que foi exonerado do cargo e passou a cumprir prisão domiciliar. A Polícia Federal também cumpriu mandados de busca contra o senador Weverton Rocha (PDT-MA) e um assessor parlamentar.

 

De acordo com as investigações, a organização criminosa atuava de forma estruturada, com divisão de funções para captação de dados de beneficiários, inserção de informações falsas em sistemas oficiais e ocultação do dinheiro desviado. As medidas judiciais foram autorizadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

 

Outro investigado é o advogado Eric Douglas Martins Fidelis, filho de André Fidelis, ex-diretor de Benefícios do INSS em 2023 e 2024, já preso em fase anterior da operação. Contra Eric, a PF cumpre mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão.

 

Ao todo, estão sendo executados 52 mandados de busca e apreensão e 16 de prisão preventiva em sete unidades da federação: São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Minas Gerais, Maranhão e Distrito Federal. A ação é realizada em conjunto pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU).

 

Após tomar conhecimento das acusações, o ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, determinou a exoneração do secretário-executivo Aldroaldo Portal. Em nota, o Ministério da Previdência e o INSS afirmaram que seguem colaborando com as investigações e atuando para recuperar os recursos desviados por um esquema que teve início no governo anterior e foi interrompido na atual gestão. O procurador-federal Felipe Cavalcante e Silva assume interinamente a secretaria-executiva da pasta.

 


Conhecida como “Farra do INSS”, a fraude se tornou pública em dezembro de 2023, após denúncias apontarem um aumento expressivo na arrecadação de associações que aplicavam descontos indevidos em benefícios previdenciários, chegando a cerca de R$ 2 bilhões em um ano. As entidades acumulavam milhares de processos por filiações fraudulentas.

 

As investigações indicam que aposentados e pensionistas tinham valores descontados automaticamente de seus benefícios, como se fossem associados a entidades de classe, sem qualquer autorização. Muitas das vítimas eram idosos e pessoas em situação de vulnerabilidade.

 

Segundo a CGU, as associações alegavam oferecer serviços como assistência jurídica e convênios médicos, mas não possuíam estrutura mínima para atender os beneficiários. Pelo menos 11 entidades foram alvo de medidas judiciais, tiveram contratos suspensos e os descontos interrompidos.

 

O escândalo provocou uma crise política e levou à saída do então ministro da Previdência, Carlos Lupi, além da demissão do presidente do INSS à época. Em julho, o governo federal anunciou a devolução dos valores descontados indevidamente, com ressarcimento em parcela única. O prazo para contestação foi prorrogado até 14 de fevereiro de 2026.

 

 

Com informações de Metrópoles.

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