O maior levantamento já realizado sobre microplásticos nas praias brasileiras revela que sete em cada dez praias apresentam contaminação por essas partículas, invisíveis a olho nu e prejudiciais ao meio ambiente e à saúde humana. A pesquisa integra o Projeto MicroMar, conduzido pelo Instituto Federal Goiano – Campus Urutaí, com apoio da Fapeg.

Publicado na revista internacional Environmental Research, o estudo analisou 1.024 praias em 211 municípios ao longo de 7.500 quilômetros de litoral entre abril de 2023 e abril de 2024. Dos locais avaliados, 709 apresentaram microplásticos, provenientes de embalagens, tecidos sintéticos, produtos domésticos e materiais de pesca.

Coordenado pelo professor Guilherme Malafaia, o projeto reuniu mais de 100 pesquisadores e técnicos de universidades federais, estaduais e centros de pesquisa públicos e privados, mostrando que Goiás, mesmo sem litoral, lidera pesquisas de impacto global na área ambiental.

O doutorando Thiarlen Marinho da Luz, bolsista da Fapeg, destaca a importância do investimento em jovens pesquisadores, com bolsas de até R$ 7 mil mensais por três anos, para enfrentar desafios ambientais de escala global.

Os resultados do MicroMar fornecem subsídios para políticas públicas, alinhadas à Estratégia Nacional Oceano sem Plástico e projetos de lei que restringem plásticos descartáveis e promovem economia circular.

Para o presidente da Fapeg, Marcos Arriel, o estudo evidencia como a ciência goiana contribui para soluções ambientais que beneficiam todo o país, com tecnologia, serviços e políticas públicas mais efetivas.

Além do artigo científico, o projeto prepara um relatório técnico para órgãos ambientais, com o objetivo de consolidar um banco de dados nacional sobre microplásticos e aproximar ciência, governo e sociedade.