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A Netflix lançou na última quarta-feira (23) a minissérie Congonhas – Tragédia Anunciada, que revisita o maior acidente aéreo da história do Brasil. Dirigida por Angelo Defanti, a produção é dividida em três episódios e relembra o trágico voo 3054 da TAM, que em 18 de julho de 2007 não conseguiu frear ao pousar na pista molhada do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, colidindo com um prédio da própria companhia. O desastre matou 199 pessoas, entre passageiros, tripulantes e pessoas no solo.
A série surgiu da inquietação do diretor ao visitar o memorial das vítimas, em 2016, e notar o abandono do espaço. A partir daí, Defanti mergulhou em uma investigação profunda que vai além da reconstituição do acidente. A produção denuncia falhas estruturais da aviação brasileira, como drenagem precária da pista, superlotação e a curta extensão do terminal, agravadas pelo “apagão aéreo” dos anos 2000.
Os episódios trazem depoimentos comoventes de familiares das vítimas, bombeiros que atuaram no resgate e pessoas que sobreviveram ao impacto no prédio. Um dos momentos mais fortes da minissérie é a descrição do incêndio devastador causado pelo combustível nos tanques da aeronave, que havia sido totalmente abastecida em Porto Alegre para economizar custos.
A produção também resgata outro marco trágico da aviação brasileira: o acidente da Gol, em 2006, que vitimou 154 pessoas após a colisão de um Boeing com um jato executivo sobre o estado de Mato Grosso.
Congonhas – Tragédia Anunciada segue o caminho de outras produções da Netflix que abordam tragédias nacionais com forte impacto coletivo, como o incêndio da Boate Kiss e o naufrágio do Bateau Mouche. Ainda assim, Defanti diferencia sua obra do estilo “true crime”. “Não é uma série sobre crime, mas sobre reflexão. É um convite ao debate sobre o que deu errado e o que poderia ter sido evitado”, destaca o diretor.
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