Foto: Bruno Spada/Agência Câmara
A deputada federal Duda Salabert (PDT-MG) revelou que teve seu visto para os Estados Unidos emitido com o gênero masculino, mesmo tendo apresentado toda a documentação oficial no feminino. A parlamentar havia solicitado a renovação do documento, vencido, com o objetivo de participar de um curso sobre políticas públicas na Universidade de Harvard, no próximo mês.
Nas redes sociais, Duda expressou indignação: “Minha certidão de nascimento está no feminino, meu CPF, meu RG e todos os outros documentos também. Mas o governo Trump me avisou na semana passada que meu visto virá no masculino”.
Segundo a deputada, o consulado justificou a decisão alegando que é de conhecimento público no Brasil que ela é uma mulher trans. Duda afirmou ainda que a medida é mais do que um caso de transfobia:
“Há uma questão de soberania nacional envolvida: não cabe ao governo dos EUA discordar e refutar os documentos do Brasil”.
Caso semelhante com Erika Hilton
A deputada Erika Hilton também passou por situação parecida ao ter sua identidade de gênero negada durante a solicitação de visto diplomático para uma conferência acadêmica nos EUA.
Erika classificou o episódio como uma política transfóbica do governo americano e destacou que a atitude ultrapassa os limites da diplomacia:
“Quando a transfobia de Estado, praticada nos EUA, invade outro país, exige uma resposta diplomática do Itamaraty”.
Duda, em solidariedade à colega, reforçou a expectativa de uma postura firme do governo brasileiro: “Esse ataque não é só contra mim e Erika Hilton”.
Política de Trump restringe identidade de gênero
A embaixada dos Estados Unidos no Brasil explicou que segue a Ordem Executiva 14168, assinada por Donald Trump em 20 de janeiro. A norma determina que documentos federais, como passaportes, devem reconhecer apenas dois sexos — masculino e feminino — considerados imutáveis desde o nascimento, proibindo a autoidentificação de gênero.
A medida, duramente criticada por parlamentares e ativistas de direitos humanos, acirra tensões diplomáticas e reacende o debate sobre respeito à identidade de gênero em instâncias internacionais.
Com informações de Agência Brasil.
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