Política

China anuncia nova tarifa de 55% sobre carne bovina importada do Brasil

POR Marcos Paulo | 31/12/2025
China anuncia nova tarifa de 55% sobre carne bovina importada do Brasil
A

A China anunciou que vai restringir as importações de carne bovina de grandes fornecedores internacionais, como Brasil e Argentina, com o objetivo de proteger produtores e agricultores locais. A medida prevê a aplicação de tarifas punitivas para remessas que ultrapassarem os limites estabelecidos.

 

De acordo com o Ministério do Comércio chinês, um sistema de cotas passa a valer a partir de 1º de janeiro. Caso os volumes importados excedam o teto definido, será aplicada uma tarifa adicional de 55%. A decisão foi tomada após autoridades concluírem que o crescimento das importações vinha causando prejuízos à indústria doméstica.

 

As cotas globais de importação devem crescer gradualmente ao longo dos próximos anos. Em 2026, o limite será de 2,69 milhões de toneladas, passando para 2,74 milhões em 2027 e chegando a 2,8 milhões de toneladas em 2028.

 

Os principais exportadores — entre eles Brasil, Argentina, Uruguai e Nova Zelândia — terão direito a volumes proporcionais à participação que já possuem no mercado chinês. Já países com menor presença, como Mongólia, Coreia do Sul e Tailândia, ficarão isentos das restrições.

 

As novas regras são resultado de uma investigação iniciada em dezembro de 2024 e devem impactar diretamente o fluxo de carne bovina para a China, atualmente o maior importador mundial do produto. Até novembro deste ano, o país asiático havia importado cerca de 2,6 milhões de toneladas, segundo dados alfandegários.

 

Na Austrália, a reação foi negativa. O Conselho da Indústria de Carnes do país classificou a decisão como “extremamente decepcionante” e alertou que as exportações para a China podem cair em torno de um terço, afetando um comércio avaliado em mais de A$ 1 bilhão. A entidade defende que as importações australianas não são responsáveis pelos problemas enfrentados pela indústria chinesa.

 

Nos últimos anos, as importações chinesas de carne bovina cresceram impulsionadas pelo aumento da renda da população. Paralelamente, a produção interna também avançou, incentivada pelo governo. O excesso de oferta, somado à redução do consumo, pressionou os preços, que atingiram o menor nível desde 2019 no início deste ano.

 

O Brasil, principal fornecedor da China, recebeu uma cota anual de pouco mais de 1 milhão de toneladas. Já os Estados Unidos terão limites de 164 mil toneladas em 2026, com aumento gradual até 171 mil toneladas em 2028, volumes superiores aos embarques atuais.

 

Para consumidores fora da China, a restrição pode trazer efeitos positivos, com a possibilidade de aliviar os preços internacionais da carne bovina, que vêm registrando níveis elevados devido à forte demanda e à oferta limitada em mercados como o norte-americano.

 

 

 

Ciclo Notícias

Ciclo Notícias

Jornal online com a missão de produzir jornalismo sério, com credibilidade e informação atualizada.

COMPARTILHE:

INSCREVA-SE

Cadastre seu e-mail e fique por dentro de todas as notícias do Brasil e do mundo com publicações realizadas pelos melhores jornalistas do Brasil. A plataforma inteligente do Ciclo Notícias oferece o melhor do conteúdo jornalístico exclusivo para você.

ENVIAR
Obrigado por se inscrever em nosso site. Aguarde novidades!
Ciclo Notcias
ACOMPANHE AS NOSSAS REDES