Os Estados Unidos iniciaram uma investigação comercial contra o Brasil por práticas consideradas “desleais”, entre elas o uso do Pix — sistema de pagamentos instantâneos criado pelo Banco Central. A medida foi anunciada na terça-feira (15) pelo representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, por meio do documento “Investigação da Seção 301 sobre Práticas Comerciais Desleais no Brasil”.
Embora o Pix não seja citado diretamente, o relatório menciona “serviços de pagamento eletrônico do governo”, indicando insatisfação com o sistema brasileiro. O desconforto estaria relacionado à concorrência do Pix com plataformas como o WhatsApp Pay, da empresa norte-americana Meta, e com operadoras de cartões de crédito dos EUA.
Em 2020, o Banco Central e o Cade barraram a estreia do WhatsApp Pay no Brasil, sob a justificativa de que seria necessário avaliar riscos ao Sistema de Pagamentos Brasileiro e à concorrência. Para a economista Cristina Helena Mello, da PUC-SP, a decisão foi acertada, já que o aplicativo não operava integrado ao sistema financeiro nacional e, portanto, não era regulado pelo BC.
Desde seu lançamento oficial em novembro de 2020, o Pix se tornou um dos principais meios de pagamento no país, movimentando R$ 26,4 trilhões em 2024. O sistema é apontado como eficiente, seguro e inclusivo, permitindo o acesso de pessoas de baixa renda e pequenos empreendedores a transações rápidas e gratuitas.
A economista também destaca que o Pix passou a ser aceito em comércios de países como Paraguai e Panamá, funcionando como alternativa ao dólar em algumas transações. Isso pode ter acendido o alerta em Washington, já que menor demanda pela moeda norte-americana pode afetar seu valor global.
Outro fator que pode ter incomodado os EUA é a previsão do “Pix Parcelado” para 2025, funcionalidade que permitirá o parcelamento de compras de forma similar ao cartão de crédito, com recebimento imediato para quem vende.
Apesar das críticas, especialistas defendem que o Pix representa um avanço tecnológico e social para o Brasil.
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A iniciativa da Comissão de Sociedade da Ordem integra mais um avanço tecnológico da Seccional goiana.