A Agência Espacial Europeia (ESA) abriu inscrições para voluntários que desejam participar de um estudo inusitado: permanecer deitados por 10 dias em colchões d’água, sem interrupções. A proposta faz parte do projeto Vivaldi III, realizado na Clínica Espacial Medes, na França, e prevê pagamento de 5 mil euros, o equivalente a cerca de R$ 31,2 mil.

O objetivo é simular, na Terra, as condições de microgravidade enfrentadas por astronautas no espaço e analisar seus efeitos no corpo humano. Durante o experimento, os participantes ficam suspensos em uma técnica chamada de “imersão seca”, que gera a sensação de flutuação. Eles permanecem deitados até a altura do peito, sem contato direto com a água, utilizando um tecido impermeável.

As regras são rígidas: não é permitido sair da posição reclinada, as refeições acontecem sobre uma superfície adaptada e até as necessidades fisiológicas são realizadas em um esquema específico.

Podem se candidatar homens de 20 a 40 anos, saudáveis, não fumantes, com IMC entre 20 e 26, e altura entre 1,65 m e 1,80 m. Restrições alimentares ou condições médicas desclassificam o candidato.

Segundo a ESA, o estudo ajuda a compreender alterações provocadas pela ausência de gravidade, como perda de massa muscular, redução da densidade óssea e mudanças hormonais. Os resultados têm potencial de beneficiar não apenas astronautas, mas também pacientes acamados, idosos e pessoas com doenças musculoesqueléticas.