Foto: Metropoles
O ex-presidente do Uruguai José "Pepe" Mujica faleceu nesta terça-feira (13/5), aos 89 anos. Ele completaria 90 no próximo dia 20 de maio. Reconhecido internacionalmente por sua trajetória política e estilo de vida simples, Mujica se tornou uma das figuras mais emblemáticas da esquerda latino-americana nas últimas décadas.
Mujica iniciou sua militância política ainda jovem e, na década de 1960, integrou o grupo guerrilheiro Tupamaros, que resistia à ditadura militar no Uruguai. Por sua atuação, foi preso e passou 14 anos encarcerado — parte deles sob tortura. Foi libertado em 1985, com o fim do regime militar e a anistia aos presos políticos.
Após recuperar a liberdade, Mujica construiu uma carreira política sólida. Atuou como parlamentar entre 1995 e 2010, além de exercer o cargo de ministro da Agricultura de 2005 a 2008. Em 2009, foi eleito presidente ao vencer o segundo turno contra Luis Alberto Lacalle, com mais de 52% dos votos válidos.
Seu mandato, de 2010 a 2015, foi marcado por políticas progressistas que ganharam repercussão internacional, como a legalização do aborto, do casamento entre pessoas do mesmo sexo e da maconha. Após deixar a presidência, ainda ocupou o cargo de senador por três anos.
Em 2021, Mujica passou por uma cirurgia para retirada de uma espinha de peixe no esôfago, quando foi descoberta uma úlcera. Posteriormente, foi diagnosticado com câncer e iniciou tratamento com radioterapia. No início de 2024, o ex-presidente anunciou publicamente que a doença havia se agravado e que não seguiria com o tratamento. “Estou morrendo”, declarou em entrevista na época.
A morte de Mujica representa o fim de um ciclo na política latino-americana, marcado pela resistência, pela coerência ideológica e pelo exemplo de humildade no exercício do poder.
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